Polêmica

Vereadores reagem à carta de secretário em moção de repúdio

Denúncias contra pasta da Assistência Social geram debate há uma semana

Foto: Eduardo Torres - Câmara emitiu uma moção de repúdio após os eventos da semana passada

A Câmara de Vereadores de Pelotas emitiu uma moção de repúdio após os eventos da semana passada, quando o secretário de Assistência Social acessou a Casa sem se identificar na quarta-feira (4). Tiago Bündchen foi até o Legislativo para cobrar esclarecimentos após o vereador Cauê Fuhro Souto (UB) dizer ter 18 denúncias contra a pasta, incluindo casos de assédio sexual. A postura de Bündchen foi vista como uma invasão e uma tentativa de intimidação.

 
Assinada por todos os 21 vereadores, a moção também cita uma carta enviada pelo secretário à Câmara na sexta-feira (6) que os vereadores classificam como mentirosa. “Os vereadores do Município de Pelotas exigem o imediato restabelecimento das relações harmônicas e democráticas”, diz o texto. O documento foi construído após horas de discussão entre os vereadores e lido pelo presidente da Câmara, César Brisolara, o Cesinha (PSB), já no começo da tarde de terça-feira (10).

 
Mais cedo, Cesinha leu as cartas enviadas pela prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) e pelo secretário, ambas na sexta. O presidente categorizou a carta de Bündchen como mentirosa. “Quero acreditar que o governo está sendo levado ao erro, isso que o secretário fala em nenhum momento ocorreu”, disse, citando imagens das câmeras de segurança do prédio. “A carta da prefeita é muito distante da carta do secretário, que do primeiro parágrafo ao último é mentirosa”.

 
Os apontamentos de Cesinha suscitaram debate entre os vereadores. Em um dos pontos da carta, Bündchen pede desculpas “se algum vereador se sentiu ofendido”. “Isso não é pedido de desculpas porque ele não entende que errou”, criticou Michel Promove (PP). “Diariamente somos chamados de marginais, de vagabundos. O que a gente faz, pega o carro e vai na casa da pessoa ameaçar?”, pontuou.

 
Procurado, o Executivo disse que ainda não recebeu a moção oficialmente e que o secretário “já se desculpou duas vezes”. Também diz que reforça “a necessidade de superação da instabilidade institucional em prol do interesse público”.

Denúncias repercutem
A novela entre a Câmara e a Prefeitura de Pelotas começou na terça-feira passada (3), quando Cauê Fuhro Souto disse ter 18 denúncias a respeito da Secretaria de Assistência Social (SAS). Na quarta, ele disse que as denúncias envolviam desvios de recursos, assédio sexual e abuso de poder político. Após as falas de Cauê, o secretário Tiago Bündchen foi até a Câmara para buscar esclarecimentos sobre as denúncias, o que foi visto como uma forma de intimidação.

 
Na edição do último final de semana, o Diário Popular divulgou uma das denúncias, a respeito de um servidor que exercia função gratificada e que desde 2016 desviava o benefício recebido por um jovem com deficiência atendido pela SAS. O caso foi denunciado ao governo e ao Ministério Público (MP) em agosto. O servidor foi afastado e responde a processo administrativo enquanto o MP investiga a denúncia.

 
Nesta terça (10), o vereador Rafael Amaral (PP) foi um dos que cobrou investigação do caso. “Como ele conseguiu desviar de uma criança especial tanto tempo e ninguém sabia? Eu quero entender. Isso me causa uma grande estranheza, uma grande preocupação e uma grande raiva, porque tiraram dinheiro de uma criança pobre”, disse.

 
Também na terça, Fuhro Souto disse que recebeu mais denúncias, e que agora seriam 22 casos envolvendo a SAS. Além do caso que veio à tona nos últimos dias, o teor das outras acusações ainda não foi divulgado. “Não é um crime, são vários, e nós iremos comprovar”, disse Cauê.

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